A juventude de Alexandrina

Data o ano de 1913, Alexandrina torna-se membro do grupo coral da paróquia e catequista. Nessa altura começa a trabalhar para ganhar o sustento, ajudando a sua mãe com as despesas.

Em 1916 adoece com tifo e recebe os últimos Sacramentos. A mãe coloca-lhe na mão o crucifixo, ao qual ela responde: «Não é este que eu quero, mas Jesus Eucarístico.» Porém a sua saúde vai tendo algumas melhorias.

No ano de 1917 vai servir para casa de um vizinho, trabalhando em trabalhos pesados, retornando a casa, devido à sua saúde frágil, e, também do patrão, ao qual ela apelidava-o de “perfeito carrasco”. Em casa começa a aprender costura com a sua irmã Deolinda e mais uma menina que lá estava.

Data o ano de 1918, mês de Março. Estando as três na sala de sua casa a costurar, Deolinda apercebeu-se de três homens que vinham, em direcção à casa, sendo um deles o ex-patrão de Alexandrina. Com medo as três raparigas fecham-se na sala para se protegerem.

Os homens entraram na casa e tentaram forçar a porta da sala, mas como não a conseguiram abrir, o ex-patrão de Alexandrina, vai pela cozinha e tenta arrombar o alçapão (que ligava à sala) com uma marreta, mas sem muito sucesso, pois elas colocaram a máquina de costura em cima.

Com medo Deolinda abriu a porta para tentarem escapar, mas Alexandrina fica na sala e quando o patrão se aproxima e começa a falar com ela, com medo do que ele lhe poderia fazer e para sua defesa saltou da janela que distava do chão quatro metros.

Após o grande abalo, Alexandrina conseguiu levantar-se pegando no pau que lá encontrou e foi ter à porta da entrada, expulsando de lá os três homens. A sua mãe só veio a saber por outras pessoas o sucedido.

Apesar dos tratamentos que recebe, em 1923 o médico João de Almeida, do Porto, prevê que ficará paralisada.

Com o agravar da sua condição física, Alexandrina acama definitivamente a 14 de abril de 1925.

Presa no seu leito, em 1928, Alexandrina faz promessas para a sua cura. Mas com o passar do tempo, ela apercebe-se de que essa não era a vontade de Deus e, assim, oferece o seu sofrimento pela salvação dos pecadores e é assaltada por um pensamento:

«Jesus está no Tabernáculo prisioneiro; também eu sou prisioneira»

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