Nesta sexta feira propomos a Via Sacra para rezar e meditar, associada a toda a paixão de Jesus.

Com Alexandrina rezemos:

“Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo,
tome a sua cruz, dia após dia, e siga-me.” (Lc 9, 23)

Jesus convida a Alexandrina a tomar parte na corredenção humana:

«Dá-Me as tuas mãos, que as quero cravar coMigo;

dá-Me os teus pés, que os quero cravar coMigo;

dá-Me a tua cabeça, que a quero coroar de espinhos, como Me fizeram a Mim; dá-Me o teu coração, que o quero trespassar com a lança, como Me trespassaram a Mim; consagra-Me todo o teu corpo;

oferece-te toda a Mim, que te quero possuir por completo.»

A Via Sacra que apresentamos é composta por textos da Sagrada Escritura e textos da Beata Alexandrina onde descreve a Paixão Mística que experimentava à semelhança de Jesus.

Façamos esta Via Sacra, seguindo os passos do Salvador.

 

PRIMEIRA ESTAÇÃO

Jesus é condenado à morte

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Mateus      (Mt 27, 22-23)

“Pilatos disse-lhes: «Que hei-de fazer, então, de Jesus chamado Cristo?» Todos responderam: «Seja crucificado!» Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?» Mas eles cada vez gritavam mais: «Seja crucificado!»”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Sou tratado como um louco, pouco importa. (…) Crucifica-O! Crucifica-O! Raiva satânica; Sou preferido a Barrabás! Diz-me, se na verdade és o Filho de Deus? Se Vos digo, não me acreditais Mas em verdade, em verdade vos digo, que é breve me vereis à direita do Pai com todo o poder para vos julgar. Não haja nada entre ti e esse justo. Senhor Divino! Este homem é inocente! Castigá-lo-ei e no fim o soltarei. Crucifica-O! Crucifica-O! Vais para a coluna!» (E.; 1940)

(Silêncio)                      Tende compaixão de nós, Senhor.

SEGUNDA ESTAÇÃO

Jesus é carregado com a Cruz

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo

 

Do Evangelho de S. João (Jo 19, 17)

“Jesus, levando a cruz às costas, saiu para o chamado Lugar da Caveira, que em hebraico se diz Gólgota…”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Recebi a cruz: esmagada, curvada com o seu peso, caí debaixo dela no mesmo lugar. (S.A.; 1945) Tomei a cruz, abracei-a, segui o Calvário. Aquela tremenda montanha, grande com se fora o mundo inteiro… (S.A.; 1949) Não foi a cruz que levei em meus ombros, foi o mundo inteiro; senti-o bem. (S.A.; 1949)

(Silêncio)                      Tende compaixão de nós, Senhor.

 

TERCEIRA ESTAÇÃO

Jesus cai pela primeira vez

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Profeta Isaías      (Is 53; 2)

“Vimo-lo sem aspeto atraente, desprezado e abandonado pelos homens, como alguém cheio de dores, habituado ao sofrimento, diante do qual se tapa o rosto, menosprezado e desconsiderado.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«E na mesma união hoje caí com a cruz. Ela pesava sobre mim. Um braço dela caiu-me sobre o peito e feriu-me o coração. Por uns momentos fiquei desfalecida, como se não tivesse vida. Os algozes fitaram-me curiosos, pensando eu ter morrido. Novo furor me arrastou fortemente e fez bater nas lajes. Novas fontes de sangue se abriram dos espinhos da minha cabeça. Mas mesmo assim do meu coração só saia amor e compaixão por eles.» (S.A.; 1946)

(Silêncio)   Tende compaixão de nós, Senhor.

 

QUARTA ESTAÇÃO

Jesus encontra sua Mãe

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Lucas        (Lc 2, 34-35)

 “Simeão abençoou-os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição; uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Senti o caminho do meu calvário, saiu-me ao encontro a Mãezinha; fitou-me, eu fitei-a a Ela. Uniram-se os nossos corações na mesma dor. A troca dos nossos olhares não se demoraram, tive que caminhar à frente, maltratada, empurrada, arrastada. Mas a dor dos nossos corações não se separou.» (S.A.; 1945)

(Silêncio)   Tende compaixão de nós, Senhor.

QUINTA ESTAÇÃO

Jesus é ajudado por Simão Cireneu

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Mateus      (Mt 27, 32)

“À saída, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e obrigaram-no a levar a cruz de Jesus.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Tomei a cruz, caí repetidas vezes; ia a cada passo a expirar. Caía e sobre mim ficava a cruz. Não por dó, mas por receio queriam alguém que a levasse. Houve quem caminhasse com ela, não por amor, mas por ser mandado; mas mesmo assim quanto amor senti o meu coração dispensar-lhe. Que grande paga!» (S.A.; 1945)                                               

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

SEXTA ESTAÇÃO

Verónica limpa o rosto de Jesus

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Livro dos Salmos         (Sl 27; 8-9)

“O meu coração murmura por ti, os meus olhos te procuram; é a tua face que eu procuro, SENHOR. Não desvies de mim o teu rosto…”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Neste caminho vem ao meu encontro a mulher, a mulher querida compadecida da minha dor. Com que ternura e amor limpa do meu rosto o suor, o sangue e o pó. Os laços de mais estreita amizade prendem os nossos corações. É indizível o que queria dizer dela, os louvores que queria dar-lhe. Oh! Como queria que ela fosse falada por este ato tão heróico.» (S.A.; 1945) «Ao ser limpo o Seu Santíssimo Rosto Ele deixou-o impresso vivamente e eu sentia que aquele rosto Santíssimo, aquele retrato sem igual havia de ser visto enquanto o mundo existir.» (S.A.; 1945)

(Silêncio)                      Tende compaixão de nós, Senhor.

 

SÉTIMA ESTAÇÃO

Jesus cai pela segunda vez

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Profeta Isaías      (Is 53, 4-5)

“Na verdade, ele tomou sobre si as nossas doenças, carregou as nossas dores. Nós o reputávamos como um leproso, ferido por Deus e humilhado. Mas foi ferido por causa dos nossos crimes, esmagado por causa das nossas iniquidades.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Subo a grande montanha do calvário, caio por tantas vezes e quantas vezes fico como se o meu corpo já fosse um cadáver, um cadáver desconhecido. O sangue que lhe corre pelo rosto não o deixo ver. O corpo é pior ainda do que o de um leproso desfeito. O coração vai sequioso, há-de vencer pelas almas, há-de morrer por elas.» (S.A.; 1945)

(Silêncio)   Tende compaixão de nós, Senhor.

OITAVA ESTAÇÃO

Jesus encontra as mulheres de Jerusalém

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Lucas        (Lc 23; 27-29)

“Seguiam Jesus uma grande multidão de povo e umas mulheres que batiam no peito e se lamentavam por Ele. Jesus voltou-se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por mim, chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos…»”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Não choreis por mim, chorai por vós, por Vossos filhos, por Vossos pecados que são a causa da minha morte…» (E; 1939) Ao seguir, hoje, as ruas estreitas do calvário seguiam-no algumas mulheres; choravam amargamente, à vista de tantos sofrimentos. Caminhava e fitava-as com olhar de compaixão. O coração murmulhava-lhes: não choreis por mim, mas por vós, chorai as vossas culpas, são a causa das minhas dores.» (S.A.; 1946)

(Silêncio)   Tende compaixão de nós, Senhor.

NONA ESTAÇÃO

Jesus cai pela terceira vez

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Profeta Isaías      (Is 53; 6-7)

“Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas perdidas, cada um seguindo o seu caminho. Mas o Senhor carregou sobre ele todos os nossos crimes. Foi maltratado, mas humilhou-se e não abriu a boca, como um cordeiro que é levado ao matadouro, ou como uma ovelha emudecida nas mãos do tosquiador.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Eu era como que uma bola, que rolava de cima a baixo e de baixo a cima, pelo meio dos sofrimentos; era a bola de entretimento dos algozes. Descia, quando pelo furor era arrastada; subia, quando a violência me fazia subir, e sobretudo o amor, sim, esse me obrigava a caminhar.» (S.A.; 1945)

«Maior, muito maior que a fúria dos algozes, era a força do amor que me arrastava;» (S.A.; 1945)

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

DÉCIMA ESTAÇÃO

Jesus é despojado das suas vestes

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Marcos      (Mc 15; 24)

“Depois, crucificaram-no e repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para ver o que cabia a cada um.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«No cimo dela, tiraram-me as cordas que me cercavam o pescoço e a cinta. Que enormes dores! Elas estavam enterradas na carne, ensopadas em sangue. Ao serem arrancadas, deixava-me no corpo marcas com grandes feridas a que estavam ligadas e enterradas.» (S.A.; 1945) «Senti a vergonha de Jesus, ao ser despojado dos seus vestidos. Que coisa tao profunda! Não sei o nome que hei-de dar aquela vergonha.» (S.A.; 1945)

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO

Jesus é pregado na Cruz

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. João     (Jo 19; 18-19)

“…Gólgota, onde o crucificaram, e com Ele outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. Pilatos redigiu um letreiro e mandou pô-lo sobre a cruz. Dizia: «Jesus Nazareno, Rei dos Judeus.»”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Foi violentíssima a crucifixão. Senti quase como se me arrancassem os braços e pernas fora, tal era a força, com que eram puxados para chegarem ao ponto marcado da cruz. As marteladas eram dadas sobre as mãos e os pés, mas ao mesmo tempo sentia como se me dessem no coração; sentia-o a ser esmagado.» (S.A.; 1949) «Sem o som das fortes marteladas sobre os cravos que entoavam ao longe, nem a vista de tanto padecer, moviam os corações. Ao bradar ao Eterno Pai, era tão forte e doloroso o brado, que parecia estremecerem os astros e o firmamento.» (S.A.; 1946)

(Silêncio)   Tende compaixão de nós, Senhor.

DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO

Jesus morre na Cruz

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Marcos      (Mc 15; 34. 37-38)

“E às três da tarde, Jesus exclamou em alta voz: «Eloí, Eloí, lemá sabachtáni?», que quer dizer: Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste? (…) Mas Jesus, com um grito forte, expirou.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«… sentir os golpes de toda a humanidade pessoa por pessoa, uns com toda a crueldade e maldade, outros forçados e até inconscientes do mal que faziam.» (S.A.; 1946) «Ao receber insultos, ao sentir a sede devoradora do Seu Divino Coração segredava o amorosíssimo Jesus, cheio de meiguice: “Meus filhos, tenho sede de vós; é assim que Me saciais?”» (S.A.; 1946)

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO

Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. João (Jo 19; 38-40)

“Veio, pois, e retirou o corpo. Nicodemos, aquele que antes tinha ido ter com Jesus de noite, apareceu também trazendo uma mistura de perto de cem libras de mirra e aloés. Tomaram então o corpo de Jesus e envolveram-no em panos de linho com os perfumes, segundo o costume dos judeus.”

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«De repente, a minha alma vê-O, a ser descido da cruz, a cruz que estava dentro de mim. A santíssima Cabeça pendurada; um braço já estendido e a Mãezinha já sentada ao pé da cruz, de braços abertos para O receber. Mas ai, quanto isto me custou; estremeci; parecia-me sentir o corpo de Jesus sem vida, frio e gelado.» (S.A.; 1945)

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO

Jesus é depositado no sepulcro

 

  1. Nós Vos adoramos e bendizemos, ó Cristo;
  2. Porque com a Vossa Santa cruz remiste o mundo.

 

Do Evangelho de S. Mateus   (Mt 27; 59-60)

José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo e depositou-o num túmulo novo, que tinha mandado talhar na rocha. Depois, rolou uma grande pedra contra a porta do túmulo e retirou-se.

Alexandrina (refere-se a Jesus)

«Ele a expirar, e um som harmonioso enchia o Céu e a Terra.» (S.A.; 1946) «Jesus expirou, e logo após a Sua morte, eu senti a alegria do Céu e de muitas almas. Houve luz, brilhou o Sol entre elas.» (S.A.; 1948)

(Silêncio)            Tende compaixão de nós, Senhor.

ALELUIA – RESSURREIÇÃO

 

Do Evangelho de S. João          (Jo 20; 28-29)

Tomé respondeu-lhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Disse-lhe Jesus: «Porque me viste, acreditaste. Felizes os que crêem sem terem visto!»

Alexandrina:

«Ressuscitou e fez ressuscitar a minha alma. Com mais luz e dor mais suavizada, no meu coração ouvi que Ele me dizia: “Ouvi, filhos Meus, a voz de Jesus que vos chama! Chama-vos porque vos quer; ouvi e estai atentos: é a hora da graça que passa! Recebei-a, reparai-a, aceitai-a! Bato com insistência e peço com todo o ardor do Meu Divino Coração: Vinde a Mim, chamo-vos com amor de Pai!”» (S.A.; 1950)

«Passou algum tempo, Jesus ressuscitou, fez-me ressuscitar e disse-me. “Minha filha, Minha filha, onde está o coração está o amor puro e abrasado, estou eu com o Pai, Filho e Espírito Santo. É aqui no teu coração que nós encontramos; aqui temos as nossas delícias.”» (S.A.; 1948)

«Que a Tua ressurreição, meu Jesus, faça ressuscitar a minha alma para aquele amor e para aquela graça que o meu coração tanto anseia. Ó Jesus, eu quero ser santa!» (S.A.,1949).

«Neste santo tempo da Páscoa, tenho sofrido muito profundamente, imensamente. (…) Queria comer a Páscoa com toda a humanidade, a todos queria possuir e que todos a mim possuíssem e em mim se transformassem. (…) É uma vida tão grande, infinitamente grande, é a vida do Céu e da Terra. Ó meu Deus, eu não sou digna, eu não posso ter em mim tanta grandeza, tantos e tão íntimos desejos e ânsias!» (S.A.; 1949)

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