Porquê a Capela da Santa Cruz?

Quem vem a Balasar, ao entrar no adro da Igreja Paroquial, imediatamente depara-se com uma pequena capela. Talvez pense que é mais uma capela, como tantas outras, fruto da devoção popular. Mas a realidade é bem diferente. Esta capela é fruto de uma manifestação, de um sinal de Deus. Deus continua a manifestar-se por sinais à humanidade. Será que compreendemos estes sinais?
Foi no dia 21 de junho de 1832, quando as pessoas regressavam a suas casas depois de terem participado na procissão do Corpo de Deus, que, ao passar no lugar do Calvário, verificaram que no chão estava desenhada uma cruz. Foi uma coincidência? Foi por acaso? A Beata Alexandrina veio dar a resposta.
Esta cruz foi o primeiro grande sinal de Deus. Deus preparou esta Comunidade, e todo o povo, para uma realidade: a Beata Alexandrina. Toda a vida e mensagem da Beata Alexandrina é um apelo à Conversão e Arrependimento do pecado. Alexandrina será a vítima pela conversão dos pecadores. Jesus dá a resposta à Beata Alexandrina.

No ano de 1955 Jesus diz a Alexandrina:
«Quase um século era passado que eu mandei a esta privilegiada freguesia a cruz para sinal da tua Crucifixão. Estava preparada a cruz, faltava a vítima, mas já nos planos divinos estava escolhida. Foste tu. O mal aumentou, a onda dos crimes atingiu o seu auge, tinha que ser a vítima imolada. Vieste, foi o mundo a sacrificar-te». «Há mais de um século que mostrei a cruz a esta terra amada, cruz que veio esperar a vítima. Tudo são provas de amor!”
” Ó Balasar se me não correspondes!”

No dia 6 de setembro de 1934 Jesus diz a Alexandrina:

“Dá-Me as tuas mãos, que as quero cravar comigo; dá-Me os teus pés, que os quero cravar comigo; dá- Me a tua cabeça, que a quero coroar de espinhos, como Me fizeram a Mim; dá-Me o teu coração, que o quero trespassar com a lança, como Me trespassaram a Mim; consagra-me todo o teu corpo; oferece-te toda a mim, que te quero possuir por completo. ” Como sabemos, Alexandrina sofreu a Paixão de Jesus desde o dia 3 de outubro de 1938 até ao dia 30 de março de 1942, todas as sextas feiras, desde as treze horas até às três horas da tarde, Ele foi a vítima dos pecadores.
Aqui está a resposta ao fenómeno da manifestação da Santa Cruz em Balsar, e a razão de ser da capela. Como cristãos, todos somos convidados a levar a Cruz. Jesus diz-nos. “Se alguém quiser seguir-Me tome a sua Cruz e siga-Me” (Lc 9,23). S. Paulo diz: “Longe de mim gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado  para mim e eu para o mundo” (Gl 6,14). Será que aceitamos o convite de Jesus? A Cruz é um dos grandes sinais do cristão. Entramos na Igreja pelo Batismo, e o primeiro sinal que nos fazem, para sermos admitidos na Igreja, é uma cruz. Saudamo- nos e iniciamos a oração sempre com o sinal da cruz. Na despedida deste mundo, o nosso corpo é abençoado com o sinal da cruz. A cruz é sinal de Vida e Salvação.

É claro nos colóquios, abaixo citados, entre Jesus e Alexandrina, que a Cruz aparecida em Balasar, no ano de 1832, foi um sinal enviado por Deus. A cruz tem como simbolismo a vida e missão de Alexandrina que, à semelhança de Jesus, ofereceu o seu corpo e alma como vítima de expiação para a salvação das almas.
De facto, durante 4 anos, a Beata Alexandrina sofreu a Paixão de Jesus (link), sofreu a crucifixão como prova de sofrimento pelos pecadores.

No colóquio de 5 de dezembro de 1947, Jesus falou assim à Beata Alexandrina:

«És a Minha vítima, a quem confiei a mais alta missão. E como prova disso atende bem ao que te digo para bem o saberes dizer. Quase um século era passado que eu mandei a esta privilegiada freguesia a cruz para sinal da tua crucifixão. Não a mandei de rosas, porque a não tinha, eram só espinhos; nem de oiro, porque esse com pedras preciosas serias tu com as tuas virtudes, com o teu heroísmo a adorná-la. A cruz foi de terra, porque a mesma terra a preparou. Estava preparada a cruz; faltava a vítima, mas já nos planos divinos estava escolhida; foste tu. O mal aumentou, a onda dos crimes atingiu o seu auge, tinha que ser a vítima imolada; vieste, foi o mundo a crucificar-te.»

(Sentimentos da Alma; 05/12/1947)

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